DESTAQUES




"Toda a escolha tem consequências. É necessário perder para ganhar. É necessário abandonar para ter. Quem quer ganhar sempre não aprendeu a viver."

(Autor desconhecido)

terça-feira, 24 de março de 2009

PALAVRA DE VIDA

Já reparam que, em geral, nós não vivemos a vida? Arrastamo-la, à espera de um “mais tarde”, em que talvez cheguem “dias melhores”.
É verdade que há-de vir um futuro melhor, mas não é aquele que imaginamos. Temos um instinto divino que nos leva a esperar alguém ou qualquer coisa que nos possa satisfazer.
E sonhamos talvez com um dia feriado, ou em ter tempo livre, ou com um encontro especial, depois dos quais não ficamos satisfeito, totalmente satisfeito. E voltamos à rotina de uma existência que não se vive com convicção. Está-se sempre à espera.
O facto é que, entre os elementos que compõem a vida de cada pessoa, existe um a que ninguém pode escapar: é o encontro pessoal com o Senhor que vem. São esses os “ dias melhores” para os quais inconscientemente tendemos, porque somos feitos para a felicidade. Porque só Deus nos pode dar a felicidade total.
E Jesus, sabendo muito bem que todos andamos cegamente à procura da felicidade, avisa-nos:
“Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor”.
Com estas palavras, Jesus refere à Sua vinda no último dia. Tal como subiu ao Céu, quando estava no meio dos apóstolos, assim há-de voltar.
Mas estas palavras querem dizer também a vinda do Senhor no fim da vida de cada pessoa. De facto, quando uma pessoa morre, para ela o mundo acabou. E já que não sabemos se Cristo vem hoje, esta noite, amanhã, ou dentro de um ano ou mais, temos que vigiar. Precisamente como aqueles que estão alerta, porque sabem que os ladrões vão vir esvaziar-lhes a casa, mas não sabem a que horas vão chegar. E se Jesus vem, quer dizer que esta vida é passageira. Mas, se o é, em vez a desvalorizarmos, devemos dar-lhe a máxima importância. Temos que nos preparar para aquele encontro com uma vida digna.
“Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor”.
É mesmo necessário que cada um vigie. A nossa vida não é simplesmente uma pacífica sucessão de actos. É também uma luta. E mais variadas tentações, como as sexuais, as da vaidade, do apego ao dinheiro, da violência, são os nossos primeiros inimigos.
Se vigiarmos sempre, não nos deixamos apanhar de surpresa. Mas vigia bem quem ama. É próprio do amor vigiar. Quando se ama uma pessoa, o coração vigia sempre à sua espera e, cada minuto que passa sem ela, é vivido em função dela. Assim faz uma esposa apaixonada quando trabalha ou prepara aquilo que poderá servir ao seu esposo ausente: faz cada coisa a pensar nele. E, quando ele chega, na sua saudação exultante está o alegre trabalho do dia.
Assim faz uma mãe quando tem um pequeno intervalo para repousar, durante a assistência ao seu filhinho doente. Dorme, mas o seu coração vigia.
Chiara Lubich